Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.
27 julho 2013
24 julho 2013
23 julho 2013
Trocando figurinhas sobre o poder de escolha
MC7: Valeu, tudo bem?
Out44: Sim, e você? Diga me qual
é o link do vídeo para lhe dizer se é do meu canal.
MC7: Vichi, eu vi do PC de casa,
mas era sobre o “despertar da consciência”... Meditação... Esses temas... São
seus?
Out44: Tenho vários:
MC7: Show de bola, te achei... rs
Out44: Estamos por aqui, trocando
figurinhas sem colar.
MC7: Tenho uma questão que não
consigo compreender; você poderia me ajudar?...
Out44: Não posso lhe ajudar, mas,
podemos conversar.
MC7: Claro... Vamos lá! Se somos
consciência e nada mais e a consciência em si é vazia de conteúdo, como
acontece o chamado "Reto Agir" que está em Gita... Como uma coisa vazia de conteúdo pode inspirar alguma ação,
que acaba sendo uma escolha...?
Out44: Olha, Mauricio, procuro
não ficar com muitas questões desse tipo, ou mesmo me ater aos dizeres de
livros tidos por sagrados, ou por falas de homens e mulheres que tiveram
aceitação histórica. O que procuro compartilhar, refere-se as percepções que
tenho tido. Veja: essa frase "reto agir", para mim, — veja bem, para
mim — ela, em si, É CONDICIONAMENTO. O que é Reto AGIR? Quem poderá dizer isso? Isso
se fará de acordo com o grau de retomada de consciência de cada um; e isso será
muito relativo ao momento, ao espaço e tempo em que a pessoa que busca o tal RETO
AGIR esteja vivendo. Alguém que nasce no Islã, tem por “Reto Agir”, casar-se
com mais de 20 mulheres... Percebe?
MC7: Exato, mas o agir sendo reto
ou não tem que ter um ator e aí é que pega, porque o “EU” não existe.
Out44: O meu reto agir de ontem,
não é mais o de agora. O fato é que há uma consciência se tornando consciente
de tudo que a manteve inconsciente de sua consciência. Isso para mim, É FATO. Consegui
me expressar com clareza?
MC7: concordo que existe o
condicionamento, mas então, qualquer escolha nossa seria egóica, certo? A
consciência não se manifesta, só observa?
Out44: Quando você está
consciente, você “escolhe”, ou “age”? Penso que a escolha, é sempre do ego, que
se encontra confuso por não perceber de ato — livre do tempo — o que é real. As
escolhas, me parecem, serão sempre apoiadas, baseadas no conhecido, no fundo
psicológico.
MC7: É aí que me perco... Não
consigo ver diferença entre “agir” e “reagir”, porque sempre há pensamento; se vejo
bife e frango, vai passar uma voz na cabeça dizendo: “bife é mais gostoso”... Como
seria uma AÇÃO num caso desse?
Out44: Oras, qual o problema de
escolher entre o bife e o frango? Veja, há o pensamento, digamos assim, "técnico",
onde, a escolha é natural; escolho o melhor horário para ir ao banco; escolho o
caminho menos congestionado para ir ao banco.
MC7: Certo.
Out44: Creio que a escolha
indevida é quando, por falta de "PRESENÇA" — que É consciência, não conseguimos PERCEBER o falso do
verdadeiro. Quando isso ocorre, somos tomados pelo conflito proveniente da
ESCOLHA, a qual sempre é re-ativa.
MC7: Nossa, é foda isso!... Porque
se você escolhe o melhor caminho para ir para o banco, em última análise está
defendendo um "eu" que não quer perder tempo. Tempo por si já é uma
coisa irreal... Será que no fundo só seremos livres quando qualquer escolha for
“a” boa escolha? Daí seria um sinal de que não tem mais um "Eu"
escolhendo...
Out44: kkk, a mente é uma
masturbadora mesmo! Vê pelo em ovo!
MC7: kkkkkkkkkkkkkkkk
Out44: Ela torna coisas simples em problemas; simples
ações em problemas. Veja, se ficamos na dimensão da mente, do intelecto — o qual
é campeão em se arvorar desses últimos conhecimentos para criar mais conflito —
caímos num poço sem fundo de questionamentos.
MC7: Mas a indiferença total é
mais plausível, daí não existiria EU algum para escolher nada... Se pegar
congestionamento, estaria AQUI e AGORA, SENDO sem problemas. O que não gostaria
é de achar que estou desperto, por isso procuro tentar ver se realmente não
estamos apenas nos achando despertos.
Out44: Ai que está a coisa... Eu
não estou preocupado em “acabar com um EU”; dedico-me a compreender as traves
de tropeço causadas pelo EU. Se você está "gozando", quer acabar com
o EU? Ou só quer acabar com ele quando se vê consciente do sofrimento?
MC7: Não há um gozador, na
verdade, mas fugir da dor e procurar o prazer é justamente a causa do
sofrimento.
Out44: Então, não se trata de
acabar com o eu que quer prolongar o gozo, mas sim, compreender seus impulsos, aquilo
que nos dita.
MC7: o Budismo exagera tanto que
considera o Atman, dizem que não há
nada no homem que seja perene. A Gnose diz que devemos eliminar o EU; Jesus
disse: Negue-se a si mesmo. Meu, deve ser bacana tentar acabar com o eu...rs
Out44: MC7, com todo meu
respeito: Porque precisamos manter o que diz “X” ou “Y”? Já não chegam as vozes
em nossas cabeças?
MC7: Exato, mas eles justamente
foram quem me fizeram entender que a voz na cabeça não sou eu; devo isso a
eles...rs
Out44: Ok! Você carrega suas fraldas,
chupetas e papinhas Nestlé?
MC7: Não... kkkk
Out44: Claro que não! Jogou fora
há tempo! Mas, é grato a tudo isso, não?
MC7: Sim, mas primeiro aprendi a
fazer coco no pinico, senão, seria foda!...rs
Out44: Pronto! Já aprendeu a
olhar; jogue fora; fique com o seu olhar, ainda que condicionado; jogue fora
conceitos, a masturbação do intelectualismo... Só olhe!
MC7: Mas não tem que usar a mente
para sair da mente?
Out44: Não vejo assim... Vejo que
é pela PERCEPÇÃO e, esta, não é centrada na mente; a percepção é a totalidade
do ser que somos.
MC7: Veja, eu fumo... Toda vez
que vou fumar, vem uma voz mandando eu fumar. Se eu parar de fumar, vai ser
outra voz que me mandou parar, então não existe ação fora da mente... Sei lá!
Out44: Olha, se você for sério, e
olhar seu impulso de fumar, se perceber qual é a NATUREZA EXATA desse impulso, como
se manifesta, como ocorre, saberá como lidar com ele, seja alimentá-lo, ou de
deixa-lo de lado, sem se preocupar com qualquer influencia psicológica externa
quanto ao ato de fumar. O problema me parece esta na COMPARAÇÃO, sem PERCEPÇÃO;
parece-me ser isso cria o conflito, que faz o cachorro do intelecto correr atrás
do rabo dos conceitos.
MC7: A memória é uma merda, porque
o “agora” é único. Se agora não estou fumando, o cérebro não deveria comparar
esse momento com 15 minutos atrás em que fumei; talvez seja esse o viés.
Out44: Veja, tenho tomado muito
cuidado com relação à observação dos NOVOS CONDICIONAMENTOS MISTICOS,
ESOTÉRICOS, QUANTICOS, seja lá a dominação que você prefira dar para isso. Deixe
me explicar melhor... Você usou a expressão "o agora é único". Veja,
tudo em seu nascimento, nasce pela cabeça, depois o corpo todo... Isso de "o
agora é único" é uma ideia muito bonita, mas não é REALIDADE VIVA,
momento a momento, se é percepção da mente. Adquirimos vários conceitos novos,
cuja lógica e raciocínio apontam como reais, mas “apontam”, não são
VIVÊNCIAS que transcendem espaço e tempo, que transcendem o
"experimentador", o "verbalizador". Sabe, procuro simplificar
muito a coisa, ficando com o que está causando o incomodo, o conflito ou outro
tipo de situação inquietante, e procuro olhar, sem nomear, sem rotular, sem
caracterizar com os arquivos dos velhos conhecimentos lógicos (ou ilógicos)
MC7: Até aí, entendo...
Out44: Porque se isso não cai
para a dimensão do SENTIR, confrade, é conflito mesmo! A lógica e a razão são
sempre limitadas, pois, são sempre velhas; enclausuram-nos, como sinuca de bico.
MC7: Mas existe como AGIR com
base no SENTIR?
Out44: O SENTIR, em si, JÁ NÃO É
UM AGIR?
MC7: Parece que é pequeno, mas o
lapso de tempo entre a coisa e a ação já permite a comparação, tipo o lance do
frango e bife... Em um segundo vou lembrar que, um dia, peguei um bife duro e
vou preferir o frango, e você vai lembrar que pegou um frango cru um dia e vai
preferir o bife...
Out44: Quando você se torna
consciente de que está sentindo, “isso” que está percebendo não está
agindo em forma de percepção? O sentimento não é “algo” agindo como
sentimento?
MC7: Esse SENTIR a que me refiro
não seria o centro emocional, que é condicionado pelo pensamento, seria um
SENTIR observador, sem reação...
Out44: Se há um estado de
PRESENÇA, no próprio sentir, HÁ AÇÃO. Se não há um estado de PRESENÇA, no
próprio ato de sentir, há RÉ-AÇÃO, que é escolha.
MC7: Hum, boa dica! Essa frase
bateu legal!
Out44: Eu resumo isso assim: “OBSERVAR
o que é; ABSORVER o verdadeiro e ABSOLVER-SE do falso”.
MC7: Clareou bastante! O
verdadeiro é o que é, o falso o que eu pensava que era. Out, chegou minha carona;
mais tarde eu entro...
Out44: Posso compartilhar nosso
conversa no blog?
MC7: Claro, deve, e já me passa o
link pra eu ver os outros conteúdos... Muito obrigado por enquanto; falaremos
mais; foi muito esclarecedor.
Out44: Um fraterabraço MC7!
MC7: outro fraterno abraço!!
18 julho 2013
Um antídoto para a infelicidade
Texto abordado neste encontro on-line:
http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2013/07/buscar-felicidade-e-acabar-com.html
10 julho 2013
Estudo do filme Matrix
Olá confrades! Estou disponibilizando um novo blog com estudos feitos do filme Matrix, mediante a luz do paradigma Krishnamurti. Esse estudo foi realizado em meados de 2007. Segue o link para quem quiser conferir os 18 capítulos (até agora postei somente 13, mas amanhã devem estar todos disponíveis:
08 julho 2013
Constatação sobre privilégios de classes
Enquanto o interesse de privilégios de classes
for superior ao interesse dos direitos coletivos,
não haverá democracia de fato.
06 julho 2013
Constatação sobre o experimentar do Ser que somos
Do mesmo modo que você não pode experimentar o gosto de uma fruta através da língua do seu vizinho, você não pode saber o que é a verdadeira liberdade do ser que somos por meio da limitada transmissão — falada ou escrita — da experiência de outro ser humano.
04 julho 2013
Um recado aos de intelectualismo nerd de pura consciência
Para assistir o trecho do filme Poder Além da Vida, citado neste áudio, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=TPw3DsXCObQ
02 julho 2013
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Escolho meus amigos pela pupila
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde