Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

26 março 2013

Um olhar minucioso e destemido sobre aquilo que somos

Somente a inteligência pode levar o homem à plenitude da vida e à descoberta do significado da tristeza. A inteligência começa a funcionar no momento em que se dá a agudeza do sofrimento, quando a mente e o coração não mais se evadem pelas várias avenidas que tão habilmente haveis aberto e que tão aparentemente razoáveis, efetivas e reais são. Se cuidadosamente observardes, sem preconceito, vereis que enquanto existir uma fuga, não tereis solucionado, não tereis defrontado face a face o conflito e, portanto, o vosso sofrimento é mero acumulo de ignorância. Quer isto dizer que, quando cessamos de fugir pelos canais já bem conhecidos, então, ao dar-se a agudeza do sofrimento, principia a inteligência a funcionar.
Krishnamurti - Ojai 1934

24 março 2013

Desvios de contemplação


Quando lhe
permitem
Tempo,
Em que
Templo
Contemplas
O que?

Outsider

21 março 2013

Diálogo sobre a percepção do movimento do pensamento

Out: Oi, leu a conversa que tiver com o IG?

Deca: sim, show de bola!

Out: gostei demais da conversa.

Deca: ficou demais mesmo; ele é muito engraçado; sincero.

Out: ele é muito cômico.

Deca: sim.

Out: eu estava aqui em silêncio observando a profunda ansiedade que bateu sem motivo.

Deca: e?

Out: Estava notando que ela sempre esteve aqui, desde menininho.

Deca: sim, aqui também, desde que me conheço por gente.

Out: só que a mente tenta adequá-la a algo que não seja a própria mente; ela direciona a ansiedade para algo, para alguém, para alguma situação externa.

Deca: como se tivesse uma causa externa.

Out: sim. É assim que ele se garante.

Deca: sim, a mente tem que se preservar.

Out: e nos mantém num constante estado de fuga.

Deca: sempre procurando causas externas; sempre tentando achar pelo em ovo.

Out: buscando por uma “novocaína”, a xilocaína do novo...

Deca: que de novo não tem nada, pois vem do pensamento.

Out: um novo texto, um novo e-mail, um novo site, um novo blog, uma nova comida, uma nova transada, uma nova camisa, uma nova bota, um novo carro, um novo emprego, um novo cliente, uma nova viagem; sempre algo novo para tentar a placar o “novo velho sentimento”.

Deca: e todas essas coisas nunca podem ser novas, porque são ele mesmo, são as várias vestimentas do pensamento.

Out: as coisas podem ser novas e muitas delas, de fato são, mas, o que move a busca é sempre o velho motivo: a fuga da percepção de si mesmo.

Deca: nosso velho conhecido, que torna velha todas as coisas novas, em questão de segundos.

Out: Sim! Tendo como resultado o velho resultado: a continuidade desse sentimento de ansiedade. E a cada hora ele dispara a identificação ilusória para esse sentimento na direção de algo diferente; uma hora a causa é isso, outra é aquilo, noutra é aquilo outro... Depois é isso novamente e assim retoma o ciclo compulsivo, o triângulo da obsessão.

Deca: sim.

Out: e, quase sempre, olhamos para isso e não para aquilo que aponta para isso. Estou louco? Estou vendo coisas?

Deca: porque a intenção dele é justamente nos dispersar, para não olhar para o que é.

Out: faz sentido?

Deca: esses momentos de observação, são de grande ameaça para o pensamento.

Out: é como um delegado incendiário buscando no local do incêndio um agente externo como sendo o incendiário; a cada momento ele cria uma ideia fixa como sendo a causa da ansiedade. Sua malandragem está em criar a ilusão de que ele — o pensamento —é separado da ansiedade que observa.

Deca: a cada segundo surge um suspeito.

Out: como se ele não fosse a ansiedade.

Deca: sim

Out: Desse modo, antes desse paradigma, éramos hipnotizados pelo enredo dessa ilusão. Agora, está sendo facultada a capacidade de percepção desse movimento do pensamento, na qual ele se transveste, se disfarça feito um camaleão e, assim, acaba passando despercebido. É muito louco ver tudo isso. Fico aqui pensando: como conseguir transmitir isso aos demais que nem sequer sonham com essa realidade? E que, por causa dessa inconsciência, estão por ai se fragmentando e fragmentando os demais que também, de forma inconsciente desse processo, com estas pessoas acabam entram em contato dualista, fragmentador, quase sempre gerando uma cadeia infindável de reações, quase sempre inconscientes e inconsequentes.

Deca: dá para falar apenas com quem já está “desperto” para isso; do contrário, é criar confusão.

Out: Na percepção disso, ocorre, sem esforço algum de nossa parte, um estado de centramento na presença, onde ocorre o cessar desses sintomas dolorosos, desconfortantes e profundamente estressantes.

Deca: sim. Olha, não vou ter carona hoje; devo chegar ai por volta das 19horas. Nos falamos mais tarde. Beijos.

Out: Até mais, nega! Beijos!

Abrindo mão da coleção de mentiras sinceras


I.G.:  E ai truta? Está ocupado? Na boa e ai? Só agora que vi sua mensagem aqui!

Out:  Na boa! Sossegado!

I.G.:  Só tocando a vida, não é? (risos)

Out:  De olho na insatisfação com a superficialidade reinante; de olho na dificuldade de conseguir arrumar um modo de conseguir manter meu sustento simplificado, sem que tenha que me entregar aos moldes do sistema.

I.G.: Humm. É, hoje está difícil, não é?

Out: Nem me fale!

I.G.: Mas já faz tempo que você descola umas fichas no underground, não é mesmo?

Out: Sim, anos, algumas décadas...

I.G.: É sempre assim, meio foda?

Out: Mas está ficando cada vez mais difícil; o sistema está complicando cada vez mais; está amarrando tudo cada vez mais... Estão monitorando tudo, criando cada vez mais, métodos de imposição. Sabe o que tenho percebido? Como não temos nada de realmente original; como não temos nada realmente genuíno; como somos mera repetição levemente modificada (e disso a sociedade há muito está cheia)... Só nos sobram quirelas, migalhas... Quirelas e migalhas que se não aceitamos, atrás de nós, na fila, existem mil que estão dispostos a se sujeitar.

I.G.: É foda! É a real mesmo... Impressionante, não é? Sabe o que vejo...

Out: E como ninguém está afim de conteúdo real, só querem o falso (que inconscientemente acreditam ser real), nós que fomos agraciados — ou amaldiçoados — com a percepção do falso, temos que pagar um preço quase que desumano para conseguir um modo de viver  que posso ser tido como humanamente correto.

I.G.: É isso ai!

Out: Como disse outro dia um confrade lá nas nossa reunião pelo paltalk, “todos estão mais afins de colecionar mentiras sinceras"...

I.G.: É mais agradável, bem mais fácil, não é?

Out: Ninguém está afim de algo mais claro, nítido e verdadeiro; a cópia basta! Só a modifique um pouquinho para não dar muita bandeira e está tudo certo! Foi por caixa! É só alegria!...

I.G.: Basta e as satisfaz, não é?

Out: Não precisa ser original, porque o original, sai bem mais caro! Imita ai! Copia ai! Finge que aceita isso na boa! Afinal, todo mundo tá fazendo isso!... Vai lá! Você consegue! É difícil só no começo... Se corromper é que nem dor de dente: só doi quando está nascendo... Só que ninguém lhe conta sobre a dor causada quando o dente inflama! Ninguém lhe conta o quanto é caro o custo do tratamento dentário! E ai, eu fico aqui vendo tudo isso... E percebendo a falta de eco para essa realidade coletivamente despercebida (ou disfarçada de que não é percebida).

I.G.: "Nossa, estudei e venci, agora sou um advogado, realizado!" Vejo o quanto que as pessoas se esforçam, o quanto que se dedicam para serem os melhores escravos... (risos) E a indignação que surge através destas percepções?

Out: Veja: essa faze, creio que já passei; ela me parece ser natural à todos! Depois, bate a consciência de que essa consciência veio para mim e não para os demais; então, nessa percepção, dá-se um relaxar, entende?

I.G.: Entendi!

Out: E, nesse relaxar, a energia que era gasta com a indignação é revertida para o processo de “autolibertação” desse modo de vida enclausurante, psicologicamente condicionado.

I.G.: Entendi... Entendi... Você reverte o processo...

Out: A coisa vai ficando cada vez mais leve, pois vai se instalando uma autonomia psicológica.

I.G.: Entendi... Muito “massa” ter colocado isso! Já tinha tido essa percepção algumas vezes, de que quando me sinto indignado, logo depois, por vezes, acabo me sentindo grato pela possibilidade de poder ver...

Out: Mas na realidade, houve momentos aqui em que o freguês achava simplesmente insuportável ter essas percepções de mundo, essas percepções do sonambúlico modo operantis coletivo (no qual, até então, encontrava-se também inserido).

I.G.:  Sei muito bem como é isso!

Out: Nessa época, como a percepção ainda estava muito fresca, não havia o mínimo de inteligência para pronunciar, para compartilhar aquilo que via e, como um guerrilheiro juvenil, disparava minha “metralhadora cheias de mágoas” nos ouvidos dos mais incautos.

I.G.: (risos) Expressar, escrever, sintetizar as percepções ajuda, não é mesmo? Mas nem sempre consigo.

Out: Sim! Mas a seriedade, traz consigo as chaves para a maturação; traz a percepção do estrago que se causa quando temos pressa em nos expressarmos; dos conflitos que geramos ao tentar impor, feito um ditador, os nossos limitados pontos de vista sobre a verdade. A percepção dessa imatura necessidade de se pronunciar — que é uma das características do ego, da persona —, acaba nos jogando no silêncio, nos joga num salutar estado solidão psíquica.

I.G.: É, sei muito bem como é isso; tenho passado por isso. Não dá mais para falar sobre a normose com quem está enredado pela normose.

Out: Isso nos joga para a continuidade da única coisa que realmente é necessária: a prática do autoconhecimento e da transformação da sociedade QUE SOMOS NÓS e não eles! Penso que estamos semi-despertos, mas não acordados! Quem sabe, ao acordar, tenhamos a noção da necessária inteligência amorosa para expressar aquilo que vivenciamos como verdade. Até lá, sinto ser necessário muita paciência, muita energia e, principalmente, seriedade; ou seja, praticar esta observação passiva em série, momento a momento.

I.G.: Entendi; essa é parece ser a chave... Cara, sabe o que vejo? É que esse conhecimento, essas percepções, estão muito, mas muito na frente da consciência da humanidade. Penso que, no mínimo, estamos gravando nossas percepções na base de dados do coletivo humano...

Out: A humanidade é constantemente sabotada, suas percepções de mundo são controladas por um sistema corrupto, elas são constantemente dispersadas, embaralhadas como cartas marcadas.

I.G.: Tudo isso é tão sério que a massa se recusa a acreditar...
Out: A atenção, o foco e a energia da humanidade é sabotada, controlada, direcionada de um modo que não sobra tempo ocioso, para que não ocorra a percepção e assim, não possam perceber o que eles tem entre a mente e o coração... O sistema não deixa!

I.G.: É isso mesmo!

Out: O sistema do pensamento psicológico condicionado coletivo coloca as pessoas numa série de "entretenimentos" que impedem a descoberta e a percepção do que eles realmente "tem entre a mente e coração". Portanto, eles não se encontram "aptos" para se “antenarem”.

I.G.: Somos uma ameaça para eles, não é cara? Cada um de nós pode representar a queda deles... Fudeu, não é? E para se tornarem aptos? E para enfrentar o tédio, a solidão psicológica?

Out: Não estão aptos para perceberem que suas zonas de conforto, na realidade, são apenas decoradas prisões a serem pagas em longas prestações...

I.G.: E nem querem perceber, não é mesmo? Eles estão "felizes", vencendo... Ai a felicidade passa, então vão e pensar vencer de novo... Vencem 10x por dia!

Out: Você não pode querer algo que desconhece existir, eles não sabem disso!

I.G.:  É, não é?

Out: Você não pode querer aprender uma língua sem sentir que isso lhe é essencial. Isso não podo ocorrer através de imposição; seria outra forma de condicionamento.

I.G.: E esses caras... Os grandes... Os superinteligentes que trabalham para os governos... Será que ninguém ali, tem bom coração? Poxa vida! Esses caras que controlam as massas são tão ruins assim mesmo, tão egoístas?

Out: Eles também não tem consciência! Pensam que estão livres!

I.G.: Será que lá dentro não tem ninguém... Um único maluco, pra abrir os olhos desses caras?

Out: Mas como podem estar livres se os seus medos lhes forçam a controlar o tempo todo a massa? Trata-se apenas de escalas de medos e condicionamentos...

I.G.: Estão fudendo a própria espécie...
Out: Lá também deve ter uns caras tentando falar o que ninguém quer ouvir; não se pode dançar quando um não quer.

I.G.: É mesmo! Estamos fudidos, cara? Por um bom tempo... Fudidos!...

Out: Então, tanto o controlador como o controlado são responsáveis pelo que se propaga no mundo; o lance é fazermos a nossa parte, não com eles, mas conosco mesmo.

I.G.: É aquela fita, não é: todo humano possui um político interno...(risos)

Out: O lance é não se desfocar com a situação deles, mas sim, perceber a trave que nos impede a visão...

I.G.: Não perder nosso centro por causa deles, não é?

Out: O lance é perceber nossas próprias pedras de tropeço... O pensamento é matreiro! Ele nos desfoca através da defesa das chamadas "causas nobres"... Ele é partidário e adora se alimentar de alguma espécie de militância (a qual é sempre separatista). O pensamento sabe que nos enreda facilmente através dessa postura de eleger inimigos externos, como aquilo que é agora é moda lançar filminhos no Youtube para depois “viralisar” no Facebook: falar sobre os tais "illuminatis"... Essas baboseiras todas!... O verdadeiro illumintis está dentro de nós e é só ele que tem o poder de nos impedir de saber o que é a verdadeira liberdade do espírito humano.

I.G.: Sim! Quero conhecer vocês ai, pessoalmente... Quando podemos marcar um café por ai?

Out: Quando você quiser!

I.G.: É, estou de boa aqui, sem trabalhar... Vou pensar...

Out: É só ligar!

I.G.: Vamos deixar no ar, mas quero colar ai no máximo até semana que vem. Tenho uma amiga ai; vou armar de dormir por lá...

Out: Fica sossegado! É só combinar! Melhor num sábado, assim posso chamar os confrades aqui: Tem o Nesthor, o Marcão e o Magrosergio.

I.G.: Legal! Seria bom trocar ideias ao vivo...

Out: Seria legal a gente marcar num sábado, almoçarmos juntos e depois uma boa prosa com café aqui em casa... Ligaríamos o Paltalk e faríamos ao vivo, assim os demais confrades poderiam participar.

I.G.: Entendi, legal! Eu topo!... Esse sábado, será?

Out: Por mim, na boa!

I.G.: Vou conversar com minha amiga; ver se dá para ficar por lá.

Out: É só você se agendar e me avisar para que eu marque com os confrades aqui.

I.G.: Vou falar com ela e te aviso o quanto antes.

Out: Beleza!

I.G.: E esse Facebook, cara?....

Out: Nem me fale!

I.G.: Percebo quanto psico-massete eles estão usando para nos prender por lá...

Out: Estou com síndrome de abstinência! (risos)

I.G.: Sei como é... Nem estou entrando lá também...

Out: A mente tenta justificar falando assim: “é melhor um monte de merda do que merda nenhuma”...

I.G.: É osso! Mas está sendo bom como ferramenta de luz própria! Aquilo é muita influência cara... É outra televisão!

Out: Mas veja só como é muito mais salutar colocar energia numa conversa como esta!

I.G.: É a massa que compartilha as mensagens, logo a massa, é tão burra quanto a Rede Globo.

Out: Sim! O facebook é uma televisão com propaganda full-time, nem precisa de um determinado tempo para seus comerciais.

I.G.: Isso mesmo!

Out: Com ofertas de produto full-time e, o pior: as ofertas lhe perseguem pelo IP do seu computador... Já percebeu isso?

I.G.: Sim! Pelos seus interesses; pelo seu nível mental...(risos)

Out: Outro dia, pelo facebook, entrei num site para ver botas (sou amarradão em botas!)

I.G.: A loja era do lado da sua casa? (risos)

Out: Cara, agora, na maioria dos sites que entro, o raio do anuncio de botas me persegue!

I.G.: (risos)

Out: E começou tudo lá no “Facebosta”... Não entendo como conseguem! É outra rede! já limpei até os temporários, mas não adianta: os anúncios permanecem!... Continua a merda do anúncio me atentando para comprar em “zentas vezes sem juros” (que na realidade, já estão embutidos — eles pensam que todos são trouxas). E o pior de tudo e que aquela praga de anúncio é a única coisa que fica "piscando" na tela... É um tipo de hipnose!... Aquilo que você — como por exemplo os links para os textos do Krishnamurti — não piscam!

I.G.: (risos) É como uma máfia... É mesmo! Você fica conectado no Google? É isso ai: os marketeiros estão cada vez mais foda!

Out: É só anúncios! Você agora é o outdoor e, o pior de tudo, de forma gratuita! E QUASE NINGUÉM PERCEBE ISSO! É uma auto-hipnose diária!

I.G.: Cara, e a fria em que eu me meti? Fui me relacionar com uma mulher; massagista, terapeuta holística... Mudando de assunto, olha que fria!

Out: Diz ai!

I.G.: Massagista, cara? Burro! Reiki... Cromoterapia... Sabe o que eu acho disso tudo? Só engana trouxa! E ainda estou com a garota... Existem dois “eus”... Um superficial e um profundo... É a maior brisa... E por dentro, sabemos que é tudo balela... É igual pastor! Meu ego adora ser iludido..

Out: Cara, nem me fale! Sei bem como é isso! Já disse que tive um espaço holístico, lembra?

I.G.: Sim!

Out: Para mim, isso é a maior papagaiada. Mas vai falar isso pra quem acredita! Arrumou um inimigo no ato; a paz do Reike vai pro saco!

I.G.: O ego se fode e tenta me foder! (risos) É uma loucura, cara!... Como fui me enfiar nessa?...
A fita é que ela toma várias percepções “Krishnamurtianas” na lata! Coitada da guria! Tenho que me policiar para não desiludir a "profissão" dela... (risos)

Out: Reike, cromoterapia e tem também aquele lance com pêndulos... Como que é mesmo o nome?...Radiestesia!

I.G.: Sim, isso mesmo! Tem também a “crystaloterapia”... (risos)

Out: Já sei: então eu sofro de ansiedade porque estou sentado sobre um local que tem energias baixas... Então é só eu sentar do outro lado da sala, comprar outro sofá de determinada cor e coloca uma fonte d’água borbulhante ali no canto e está tudo certo!...

I.G.: (risos) É de foder não é cara?

Out: Então é só eu comprar uns quinze pêndulos de cristal (falso, é claro!) e pendura-los pela casa que a ansiedade e o medo vão embora... Simples assim não é?... O que é isso? Que papel é esse? Ah! A conta, é claro!

I.G.: Tem sido um teste, uma experiência interessante para mim...

Out: Antigamente era a figa, o pé de coelho, o vaso de arruda e ferradura enferrujada atrás da porta... Agora são os pêndulos de falso cristal, o olho egípcio, os espelhinho sextavados...

I.G.: É isso mesmo!  (risos) Luz... E a cromoterapia nos chacras!

Out: Tudo coisa do velho novo pensamento condicionante!

I.G.: Caio de rir por dentro cara!

Out: Pois é! E, o pior, todo mundo paga! São os despachos da nova era!

I.G.: Cara: botar luzinha na testa, no peito... Porra mano!... E todo mundo sabe que é mentira! Até ela que é a terapeuta, no fundo sabe!

Out: Mas todos compram a luz, os livros, o abajur de suporte para as luzes...

I.G.: Ela sabe que está enganando a galera...

Out: Mentiras sinceras interessam...

I.G.: Não sei como fui me enrolar nessa... Fico 100% bipolar quando estou com ela... (risos)

Out: Não fica não porque você está vendo!

I.G.: Fico conversando comigo mesmo, rindo, mas o foda é que as risadas saem para fora... (risos)

Out: Sei bem como é que é! Não dá para esconder a percepção do falso!

I.G.: A loucura! Como a agente mesmo faz escolhas inconscientes, não é mesmo? Como a carência, o tédio, nos emburrecem!

Out: Você consegue imaginar a cena? Eu, como coordenador de um espaço holístico, apaixonado pelo estudos dos textos de Krishnamurti, sentado numa reunião com psicólogos de várias linhas, terapeutas de tudo que tipo, massagistas, reikinianos, cromoterapeutas e radiestesias? Consegue pensar na situação? Vendo aquelas baboseiras, ouvindo aquelas sandices criadas pela rede do pensamento psicológico e tendo que fazer cara de quem compactua com aquilo... Foi foda esse período!

I.G.: Porra, imagino!

Out: Foi um dos maiores alívios da minha vida quando encerrei minha ligação, tanto com o espaço holístico como com a loja que vendia os tais milagrosos "produtos esotéricos". O foda, é que eu gostava das pessoas e não via como falar para elas aquilo que eu estava vendo! Não tinha como! Não estavam "aptas" para receber aquilo. Fazer isso seria o mesmo que cometer um estupro psíquico; cada um tem seu "time", cada um tem seu tempo.

I.G.: é o meu caso: "estraga prazeres". Mas tenho certeza que foi excelente, para ter mais certeza do falso, não é? Que fita! Mas ai, essa guria apareceu numa série de sincronicidades... Foi induzida a mim pelo universo, cara! Mas é real, não é? Não dá para falar, tem mais é que ficar quieto e sair fora!

Out: Não se pode apressar a maturação.

I.G.: Com essa guria que estou, já estou movendo os pauzinhos para cair fora; infelizmente não dá para ficar sendo falso.

Out: Tem que haver um "casar mental": isso é casa-mento, senão, não dá!

I.G.: É mesmo! tenho certeza disso, mas, tem sido uma boa experiência...

Out: O encontro na "horizontal" pode ser ótimo, mas, se não rolar na vertical... ferrou!

I.G.: Mas vejo que tem sido válido.

Out: Estamos mais tempo na vertical do que na horizontal!

I.G.: Mas vai ser difícil achar alguém com memórias de Krishnamurti na cabeça. (risos)

Out: Se você gosta dela, sugiro que vá compartilhando sua percepção de mundo.

I.G.: É difícil, a galera nem lê... Nem historinhas...

Out: Não fale do K! Fale das suas percepções! (mesmo que elas venham através do K)

I.G.: Mas quebra as pernas dela, não dá para falar.

Out: Se tiver liga, a coisa rola, senão, vai pro saco!

I.G.: Só dá para enrolar. A questão em que mais me pego é de eu vendo as minhas escolhas, auto-destrutivas, as quais não entendo. Mas, tem algo por traz dessa fita, tem muita sincronicidade, muita coisa estranha... É o que me traz paz: quando vejo o universo compactuando nas situações.

Out: Então, é isso que eu digo: precisamos entender essa "entidade" viciada em "escolhas", e também viciada em "julgar as escolhas" que faz; se faz é porque faz, se não faz é porque não faz...

I.G.: Condicionada!

Out: Ela precisa disso: criar constante conflito, constante dualidade, constante separação, constante condição.

I.G.: É isso mesmo! Esse impulso é muito forte!

Out: Como uma mente assim pode saber o que é amar? Então, para amar, tenho que achar alguém que também lê Krishnamurti? Que não acredite em nada disso que está ai e blá-blá-blá múltiplos?

I.G.: É, mas será que existe essas pessoas? (risos)

Out: É alguém sempre citando os condicionamentos sem perceber que está sempre condicionando os desafios que se apresentam, percebe? Vê como o pensamento é matreiro? vê como nos ilude? Quem ama, não coloca condições: quem ama, ama!

I.G.: Sim! Mas mesmo assim, esse amor ai, sem esperar nada em troca, sem interesses...

Out: Penso que enquanto existir a presença dessa “entidade”, desse “eu” — seja ele espiritualizado ou não, seja ele conhecedor de Krishnamurti ou não — nunca haverá espaço para o verdadeiro amor — não esse amor do qual falamos tão levianamente. Por isso que vejo a necessidade de muita seriedade para não perder o estado de atenção plena com o que é, com o que ocorre de momento em momento, tanto fora como dentro (se é que existe essa dualidade).

I.G.: Acaba não existindo interação... Entendo! Mas, esse amor ai, que surge, ele tem que ter um “start”, uma ação ego-iniciática.

Out: não digo ego-iniciática, mas quem sabe, “ego-suicida”. (risos)

I.G.: Sim!

Out: E, olhando para isso, qual ego está afim disso? O seu? O meu? Claro que não!

I.G.: Ele quer continuidade nos problemas, quer alimento, quer fuder o bagulho!

Out: Ele quer continuidade, mesmo transvestido de um "ego esclarecido", de um “ego espiritualizado”, de um ego para qual as perguntas se encerraram... Isso tudo é uma grande piada de mal gosto! Como dizem por ai: O bagulho é louco! Percebe a seriedade da coisa? É muito fácil cair nas armadilhas do ego.

I.G.: É mesmo! Percebo, cara! E aqui, por traz, tem um pensamento... Percebo a merda e sou eu como espécie quem vai continuar enrolado nessa merda...

Out: O ego se transveste muito facilmente; ele é o grande ilusionista.

I.G.: Infinito, não é?

Out: Parece que sim, mas alguns ai dizem que é finito, que há essa possibilidade. E dizem que ela chega por meio da percepção do falso, e sem escolha, porque a escolha é uma de suas ferramentas, uma de suas roupagens.

I.G.: Infinitas possibilidades de disfarce e na velocidade do som! (risos) Entendo! Mas e a percepção do falso? O próprio conceito de falso, para não ser corrompido tem que estar sustentado pelo fato.

Out: Cara, me diz uma coisa: diante de uma conversa como esta, como é possível se permitir perder tempo com TV, Facebook ou sites de "entretenimento" dispersivo? Percebe? De que adiantam "mil postagens de conteúdo sem conteúdo"?

I.G.: Percebo; só fechando os olhos mesmo! Só abrindo mão da responsabilidade, ligando o foda-se! É um forçar do interesse para as coisas idiotas e deixar que elas nos dominem...

Out: Foi justamente o que pensei! Serão poucos os sérios, os aptos para conversas sobre esta abordagem, mas, os poucos que chegarem, terão conteúdo, o conteúdo que no momento sinto necessidade. Está tudo certo, cada um no seu momento, cada um naquilo que lhe sacia, cada um atrás daquilo que está buscando; sou eu que não encontro mais nutrição ali; sou eu que preciso de "alimento sólido" e lhe agradeço pela oportunidade de trocar estas abobrinhas e de poder compartilha-las logo mais com os demais confrades esfomeados.

I.G.: Sim! Sinto isso também! Relaxa demais; não tem nada que agradecer, ao contrário. Ontem comecei a escrever uma percepção sobre as artimanhas psicológicas que o Facebook está usando para estimular ciúmes nos casais e os manterem ativos na rede; ai perdi as ideias e parei. Mas está nítido para mim, como os caras do Facebook estão usando a gente, com agente mesmo... Foi o que você falou ontem: estão categorizando, identificando nosso nível mental, estudando e comandando nossa mente.

Out: Posso sugerir?

I.G.: Diga!

Out: Por que você não cria um blog para expor suas percepções de mundo?

I.G.: É... Já criei várias vezes, mas, sei lá! Desencano em pouco tempo.

Out: Na boa: deixa lá, o desencano também passa; é só mais um pensamento autosabotador. percebe?

I.G.: É mesmo! Percebo...E isso acontece a anos viu..

Out: Sei como é, já vi isso acontecer com demais pessoas; mas deixe amadurecer a ideia.

I.G.: É, vamos ver o que nos espera.

Out: Acabei de subir o áudio da Deca, agora vou subir o do Sanio e depois o seu.

I.G.: humm...legal! vou ver. Cara, Já ouviu falar em bitcoins?

Out: Nunca; o que é isso?

I.G.: humm... Um minuto...

Out: Já estou lendo aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bitcoin

I.G.: Lê ai; vê que massa a ideia!

Out: Vixi! Está dando nó no “tico e teco”; percebi uma resistência interna ao novo.

I.G.: Cara, mas a ideia é incrível!

Out: Percebo como tenho dificuldades com essa coisa de "monetários".

I.G.: Eu também tenho. Mas, a ideia é de ter uma moeda, descentralizada, sem a necessidade de identificar a origem e destino da moeda.

Out: Nem terminei de ler e algo me diz que é só mais um condicionamento sendo implantado.

I.G.: É uma forte ferramenta para derrubar o capitalismo.

Out: E criar outra espécie de capitalismo, só que agora, criptografado...

I.G.: Decentralizado.

Out: Mas não quero criar imagem antes de meditar com mais atenção sobre o assunto.

I.G.: uhum... Brisa ai, vai fundo! Quem sabe isso não te traga insigths... Imagina: oferecer essa moeda, para pequenas fazendas, que queiram vender seus produtos, criar uma economia aparte...

Out: Cara, eu vou te falar uma real Sempre tive muita dificuldade de lidar com esse lance de economia.

I.G.: Eu também! Mas vejo que não precisa entrar em detalhes, para ter ideias que podem revolucionar...

Out: Sempre tive muita dificuldade de lidar com essas imposições sociais, com esses ditos "impostos", "valores"...

I.G.: Entendo!

Out: Nunca me identifiquei com "administração", tanto que só consegui suportar seis meses de faculdade de administração.

I.G.: Eu também não.

Out: Sou humanas 100%; sempre tive à minha volta, pessoas que administram, no caso, aqui em casa, as contas ficam com a Deca; o que ganho coloca nas mãos dela. Detesto papelada, detesto banco, extrato... Me deprimo facilmente com isso; não quero nem saber! Só pergunto se precisa mais.

I.G.: Da’hora! É: tenho nome sujo em todos bancos! Tenho raiva deles.

Out: Quanto ao nome sujo, digo que foram os melhores anos da minha vida.

I.G.: hahahahha

Out: Se tinha dinheiro, comprava, senão tinha, não comprava. Não vinham cartas impulsionadoras de compras em minha caixa postal; eu não existia para o sistema. Depois de cinco anos, quando caducou o valor, voltei a receber propostas de crédito.

I.G.: hahahahha

Out: Resultado: hoje tenho vários cartões aqui e não para de chegar propostas de crédito fácil (claro que não caio nessa). Até cartão internacional tenho, por falta de um, dois.

I.G.: Para mim é o mairo “B.O.”: se me der crédito, pego e não pago! (risos)

Out: Cara, é uma merda! Tudo tem que ter papel; tudo tem que ter assinatura; tudo tem que ter avalista. É um saco! Certidão pra tudo! Mas, o ser, não dão!

I.G.: Tenho asco disso tudo também. Eles tem que ter segurança! (risos)

Out: É foda! Cara, eles inventam de tudo! Você morre e, mesmo morrendo, criam-se dividas suas para os demais... É o tal do inventário! E, nós, otários, aceitamos o inventário. E dá-lhe nosso dinheiro para benefício dos cartórios.

I.G.: É cara, tudo é oportunidade de ganhar “$”... O mundo só quer saber de “$” etc. e tal... Fudeu a parada.

Out: É notório que o cartório é para tirar dinheiro de otário... E, parece não ter como fugir disso! É imposto e com data imposta de pagamento.

I.G.: O povo gosta de pagar; gosta de se sentir bem: "Ufa, paguei minhas contas em dia, agora sim estou me sentindo bem!"

Out: Se vira nos trinta ai meu, para ser um dito cidadão respeitável que paga suas dívidas dentro do mês! E o pior: ninguém contesta nada! E eu que sou o louco!

I.G.: É assim mesmo! Como você diz: tem que ter saco roxo!

Out: Ah! Mas agora eu tenho o tal do Facebook para desabafar e poder fingir que sou um cara entendido! Um consciente militante das causas perdidas! Já posso até chamar minha turminha  de desconhecidos amigos para, na Paulista, diante do Masp, meter a mascara do “V de Vingança” e balançar umas bandeiras com chavões políticos!

I.G.: Uauahauhauhauahuahahua

Out: Cara, a bagaça é louca! E não muda porra nenhuma! Você faz isso, logo vem o policial e lhe prende e, novamente lá está o cartório, a espera de seu dinheiro em troca de uma certidão negativa de bons antecedentes.

I.G.: É isso ai! Fudeu! (risos) Nessas horas, só mesmo o bom e velho “foda-se”: "Não julgo nem perdoo". "Nada sei. De nada". "Contemplo".

Out: Meu caro, só mesmo tendo um profundo despertar que produza uma autolobotomia, porque, pelo processo do pensar, não encontro saída. Bem, vou parando por aqui. Hora do almoço. Hoje tem pastel de queijo na feira aqui perto de casa.

I.G.: A saída para não pirar é desistir, não é? Firmeza! Já, já vou almoçar também.

Out: Vou nessa! A prosa foi muito boa! Uma “pratada cósmica” e tanto!

I.G.: Valeu ai!

Out: Deu até vontade de postar no Facebook. Olha a conspiração para a recaída ai! Para o pensamento, tudo é gatilho para insanidade!

I.G.: Uahuahuahuahauhua... Facebook é uma merda. Vamos nos falando!

Out: Um chute nas canelas garoto! Se liga na Matrix do pensamento: vai “morphetando” a mente ai!

I.G.: Acho que vou assistir Matrix novamente, só para tirar uma onda.

Out: Fui!

O autoconhecimento não é paixão nacional

15 março 2013

Sobre a dificuldade de estar no ócio

Vejo-me nesse processo todo ai, inclusive neste momento, no qual venho questionando muito, onde estou fechado para balanço, abrindo mão de um profissional modo de vida que estava tendo, que apesar de ser bem rentável, não satisfazia as necessidades mais intrínsecas do ser que sou; além de não corresponder, esse modo profissional impedia que surgisse a resposta dessa assim chamada “vocação”. Eu tenho o significado da palavra “vocação”, como sendo a genuína expressão da “voz do coração”. 

Então, eu tenho percebido o seguinte: há momentos em que estou aqui, parado, meditando, pensando no que fazer, e percebo como que as pessoas, de modo geral, se incomodam com alguém que se permite estar em ociosidade; estar sem fazer nada; estar só sendo; sentado e sendo; observando a si mesmo. As pessoas olham para você como se você tivesse um problema muito sério, pelo simples fato de não estar fazendo nada. Isso é muito louco! As pessoas lhe olham com um olhar nervoso, com um olhar de silenciosa reprovação. Lembro-me de um período em que eu tinha uma loja, onde, bem na sua frente, havia uma pequena pitangueira, sob a qual eu gostava de me sentar e ficar vendo as pessoas passando pela calçada. Algumas das pessoas que por ali passavam, ao me olharem, acabam ao seu modo, me recriminando. Não raro, sempre alguma delas se manifestava com frases do tipo: “Eh! Vidão!”... Mas isso não era dito de forma construtiva, mas sim, num tom de reprovação. Para as pessoas, durante a semana, no decorrer do horário comercial, um adulto se permitir sentar sob a sombra de uma árvore e observar a movimentação, é algo que é de direito apenas para poucos. Era-me possível sentir em seus olhares, a reprovação pelo fato de eu não estar compactuando de seu modo apressado de existir, de caminhar cabisbaixo pela calçada, totalmente enredado em suas preocupações, ao ponto de muitos deles, falarem sozinhos. Tantas eram as falas em suas mentes que, para conseguirem alívio, precisavam ser externalizadas, mesmo que somente para si mesmos.  Para aqueles que faziam uso da exclamação “Eh! Vidão!”, eu lhes questionava: “Escuta! Por que você também não pode ser permitir por algo parecido?”... “É! Você tem razão! Um dia vou pensar nisso!”... Sempre um dia!... E uma das coisas que você mais vê no hospital, quando as pessoas se deparam com seu leito de morte, é elas se agarrando temerosamente aos seus lençóis, pedindo para que Deus lhes dê uma nova oportunidade para recomeçar a vida, fazendo tudo de forma diferente.

Então, é bem engraçado como, desde crianças, fomos condicionados de que, estar sem fazer nada é errado. Lembro-me de que quando eu ficava quieto, num canto qualquer da casa — e vejo isso ocorrendo hoje com outras crianças — “Moleque, o que você está fazendo quieto aí no canto?”... Quer dizer: estar parado, estar sem fazer nada, é sinal de problema!

A sociedade não quer que você pare, não quer que você pense, não quer que você exercite o pensamento, a observação, o questionamento. Ela não quer que você conheça as palavras, para que você não comece a perceber como que você está sendo condicionado por meio da palavra. A palavra é uma poderosa forma de condicionamento. Então, a sociedade criou um apelido para o dicionário: “Pai dos Burros”; que é para você ter vergonha de ser visto fazendo uso de um dicionário, afinal, ter nas mãos um dicionário é o mesmo que assinar um atestado de burrice. Isso é notório: a grande maioria das pessoas tem vergonha de pegar um dicionário. E, se você olhar num dicionário o significado da palavra “negócio”, dividi-la ao meio, perceberá “negar o ócio”. Então, é tão importante estar em ócio, se permitir o estado de ócio, que para você abrir mão desse estado, o outro precisa pagar um valor para você; pagar um valor devido pelo fato de você abrir mão do seu estado de ócio. Porque, é só no ócio que novas percepções ocorrem; que você consegue perceber as coisas como elas realmente são e não do modo que você foi condicionado a acreditar que elas são. É somente no ócio que começamos a ter os insights. Vivemos numa sociedade que não nos permite a ociosidade, a não ser no condicionado dia de domingo. Estar em ócio, significa risco de ostracismo; quase sempre somos rotulados e condenados por estar em ócio. E ócio é meditação! Eu digo que o ócio faz parte de um processo de descondicionamento que leva você à “ser com viço”, a ter propriedade, coisa que não temos, o que temos é só mecanicidade imitativa.

Há algum tempo eu trabalho com arte publicitária e comecei a perceber que, a maioria da publicidade não é nada realmente criativo; é quase sempre uma adaptação de algo já manifesto. Isso porque, devido ao condicionamento de que “tempo é dinheiro” — quase sempre, não temos o tempo necessário para a manifestação de algo realmente criativo. E o mais interessante é constatar que a sociedade não está muito preocupada com a manifestação do criativo; você pode imitar, desde que seja bem baratinho! Não importa se é imitação, o que importa é ser barato.

Percebo que a grande maioria olha com olhos negativos a questão da ociosidade, quando é profundamente salutar se permitir por períodos de ociosidade, períodos em que é só sentar, ser, observar, contemplar, o que se passa fora, dentro, contemplar simplesmente.  Não tem como se perceber nada de diferente se não há esse processo de contemplação, de meditação.

Bons momentos no eterno agora que é você!
Outsider

Um breve relato sobre "família disfuncional"

A família disfuncional começa a gravar toda forma de condicionamento: cultural, religioso, racial, nacionalista, toda forma de cultura; começa a transmitir tudo, dizendo aquilo que você “pode” e aquilo que você “não pode” dizer ou fazer, como “você tem que” sentar, como “você tem que” falar, a ditar quantas vezes “você tem que” se alimentar durante o dia... Como se nós, seres humanos, fossemos todos iguais, como se tivéssemos que funcionar igualmente, não respeitando nenhuma característica individual. Vocês já pensaram um jardineiro exigir que uma rosa, fosse igual a um gerânio; ou o gerânio ser igual a rosa? É mais ou menos isso o que é o condicionamento familiar e social: enquadrar todos os seres num mesmo tipo de percepção de mundo; e é bem isso o que acaba ocorrendo dentro de uma família disfuncional. Você nasce já recebendo os vários pacotes culturais transgeracionais, os quais ditam os padrões comportamentais “aceitáveis”. É normal, desde a mais tenra idade, nos depararmos com frases do tipo: “O que você ‘vai ser’ quando crescer?” Quer dizer, aqui e agora, você não é; você só ‘vai ser’ se você conseguir um diploma com uma estampilha dourada para afixar numa determinada parede; se você colecionar vários diplomas referentes a uma determinada especialidade, então você será, caso contrário, “você não é”. Esse padrão de “vir-a-ser”, é um padrão herdado, um padrão transgeracional que em nós é instalado desde a mais tenra idade. Então, se a sua família é vegetariana, você também é vegetariano; se a família é carnívora, você é carnívoro; você “tem que” comer porque isso vem funcionando até hoje com a sua família, então, também “tem que” funcionar com você; se funcionou com todos os seus ancestrais, por que não vai funcionar com você? Desse modo, desde a infância, somos formatados, condicionados, mesmerizados, vamos sofrendo os mais variados tipos de pressão instalados através de uma enorme quantidade de “você tem que”, “você deve” e “é assim e pronto!”... “Se você não funcionar do meu jeito, vou colocá-lo num reformatório!” “Se não fizer o que estou falando, vai direto para a Diretoria!”

Numa família disfuncional, a educação é alicerçada num modelo comparação, o qual é responsável pela fragmentação da consciência da realidade que somos. Será possível algo mais fragmentador do que comparar um ser humano com outro ser humano e avaliá-lo através de um conceito padronizado, socialmente aceitável? Será que há algo mais fragmentador do que forçar um ser humano a abrir mão de suas características próprias, originais, para ser “igual” ao primo, ao irmão mais novo ou mais velho que “não dá trabalho”? E, dessa forma, devido a nossa necessidade de aceitação grupal, vamos nos conformando às descabidas pressões de adultos adulterados adulterantes e, consequentemente, abrindo mão de nossa autenticidade, de nossa originalidade e de nossa sensibilidade criativa. Passamos então a ser meras cópias, facilmente influenciáveis. E tudo isso, através da influência das pessoas significativas que afirmam, de forma leviana, nos amar; como dizia o poeta: “Quando você gosta mesmo, não quer mudar a pessoa!” Onde está o amor ai, se quero formatar o outro para ser aquilo que “eu acho” que é o mais correto para ele? Então, seu eu fizer tudo de acordo com a expectativa do outro, eu sou amado; se eu não fizer do jeito que a expectativa dele tem de mundo para mim, eu já não “mereço” o mesmo amor, não mereço o mesmo tratamento e, portanto, devo ser deixado de lado. Numa família disfuncional, a retórica de pensamento é mais ou menos a seguinte: "Eu lhe apoiarei — desde que — você faça exatamente aquilo que eu espero que você faça, para que, assim, eu não tenha abalada a minha atual zona de conforto". Então, uma criança de sete ou oito anos de idade, ela não tem o raciocínio de um adulto; para ela receber a atenção e o carinho condicionado dessas pessoas significativas e, assim, se sentir parte do grupo, o que para ela é fundamental nessa fase de sua vida, ela fatalmente irá negar o ser que é, custe o que custar. Isso pode ser fácil no início, mas, com o passar dos anos, não vai ter como dar continuidade a esse processo de auto-abandono, de auto-boicote de sua natureza real. Com o passar dos anos, não há como ter a sua sensibilidade totalmente adulterada; isso é corrupção; corrupção não é passar dinheiro por debaixo da mesa; corrupção é você contrariar aquilo que o teu coração está pedindo, contrariar aquilo que o teu coração está te mostrando como verdadeiro. Corrupção é você deixar de expressar os seus reais sentimentos em nome de se ajustar às descabidas exigências de terceiros. E, uma vez aceito isso, com tanta pressão, ter sido exposto durante tantos anos a um ambiente opressivo, com abusos físicos, verbais, emocionais, religiosos, sexuais; muitos desses abusos são vistos pela sociedade como sendo educação, quando não tem nada a ver com a genuína educação; isso na realidade é abuso! Abuso é tudo aquilo que nos faz corar. No abuso sexual não é preciso que ocorra a penetração; uma colocação, um olhar pode ser um abuso. Então, nessas famílias disfuncionais, falta psique, falta inteligência amorosa; e é importante ressaltar aqui, que ninguém é culpado disso, afinal, somos todos prisioneiros em meio de prisioneiros; somos sobreviventes em meio de sobreviventes. Até hoje, não temos a presença de uma genuína “educação psíquica”. A educação, até hoje, é orientada para você “servir tecnicamente, especificamente ao sistema”; temos uma educação que só prepara o lado técnico de nossa mente. O lado humano, nossa expressão anímica é totalmente descartada. A dimensão psíquica do ser que somos é totalmente descartada. Como é possível fazer frente a todas as exigências do mundo, sem esse lado humano, só com uma mente técnica, cartesiana? É óbvio que o coração, o ser, vai “explodir”, com tanta forma de inadequada pressão. E aí está os fundamentos da depressão. Então, como costumo dizer, a depressão é a maior benção de um ser humano, pois é o último aviso que o ser lhe manifesta, dizendo da necessidade emergencial de resgatar a originalidade, a autenticidade, o estado de unidade interna entre mente e coração; um aviso dessa mais profunda e amorosa inteligência psíquica de que não é mais possível dar continuidade a esse padrão de fragmentação interna em nome da aceitação condicionada de pessoas condicionadas e que se relacionam apenas com uma imagem de um padrão comportamental socialmente aceito como correto. É um absurdo isso, aceitar como correta, sem a mínima expressão de questionamento, a cultura herdada; o que numa dentro de um espaço e tempo é correto, noutra localidade e noutro tempo já não é correto. Então, como é possível querer se encaixar dentro dos moldes de moral que o outro tem como correto? Em vista disso que afirmo ser a depressão uma benção; porque ela nos diz: “Ou você segue o seu coração ou seu te mato!”... E mata mesmo! E nunca vamos ver num laudo policial, que a pessoa acabou morrendo por causa de um súbito ataque reativo de “pensamento psicológico condicionado”. Com certeza, darão um monte de conceitos no laudo, mas nunca colocarão de que fulano morreu por causa da inconsciente identificação com um padrão de pensamento psicológico condicionado. Não tem como praticar qualquer tipo de padrão obsessivo compulsivo sem antes se pensar absurdamente nesse padrão, sem antes ter “ritualizado” pelo pensamento, as possibilidades para a manifestação desse padrão comportamental.

É isso o que vejo!
Um fraterabraço e bons momentos nesse esterno agora que somos!
Outsider

01 março 2013

Diálogo sobre o observar da inquietação


IG: E ai?... Firmeza?

Out:  Na caminhada; sempre observando a mente e os sentimentos, isso é o que importa.

IG: É, aqui também!... Essa inquietação, cara... Minha mãe, amigos, o mundo...

Out:  Tudo bem! Apenas, olhe para a inquietação; apenas olhe;  não se identifique com ela; ela não tem poder sobre O QUE VOCÊ É, se isso que você "pensa ser", com ela não se identificar.

IG: Beleza...

Out: Olhe a inquietação, olhe a ansiedade, olhe o medo, olhe a raiva, olhe o que for que estiver se manifestando no momento presente e, nesse olhar, livre de qualquer forma de desejo, livre de qualquer forma de escolha, de ambição, perceba que toda inquietação acontece apenas quando estamos desatentos. Perceba que toda forma de inquietação acontece de forma automática, por hora digamos assim: acontecem no subsolo da mente, enquanto que, no "primeiro andar", sempre de modo mecânico, acelerado, distraído, nos mantemos em nossas atividades superficiais e corriqueiras. Percebe isso?... Percebe esse movimento interno ocorrendo no "subsolo da mente", sempre tentando criar identificação emocional, para que, através dela, a mente garanta seu alimento e continuidade?

IG: Sim, por vezes percebo sim, isso, quando estou atento.

Out: Sei que de início, não é fácil se deparar com esse tipo de observação "não reativa".

IG: Percebo algo lá no fundo...

Out: A mente é muito ligeira; costumo dizer que  funciona na velocidade do som, na velocidade da luz... Sempre criando projeções, monólogos, rancorosos ou temerosos discursos.

IG: É foda!

Out: Sempre criando situações imaginárias...

IG: É isso mesmo! É isso mesmo!... Sempre imaginando, criando...

Out: Mas deixe ela criar... Só a acompanhe com atenção....

IG: Ela viaja demais...

Out: Não a julgue, não a recrimine, apenas, constate, perceba suas falácias; perceba tudo, sem querer se afastar de nada daquilo que vê, do que nela ocorre... Apenas observe, da mesma maneira que observa um filme na TV... Vá assistindo... Não é preciso fazer mais nada; só é preciso ver...

IG: Compreendo...

Out: Só perceba...

IG: Entendi!

Out: Vá vendo como é tudo um movimento criado na ilusão do "tempo psicológico"...

IG: Sim, estou percebendo isso...

Out: Vá vendo como a mente cria o movimento na "ponte do tempo: passado-futuro", adulterando assim, a qualidade da única realidade que existe: o aqui e agora.

IG: Percebo isso; que foda!...

Out: A mente precisa dessa identificação gerada na ponte do tempo para garantir sua continuidade, para continuar seu enredante e conflituoso domínio.

IG: Isso ocorre quando a gente concorda com o pensamento; é ai que a mente cria mais força tornando muito difícil não se identificar com ela.

Out: Não há um concordar... Há uma hipnose letárgica, uma dormência letárgica; essa letargia cria a dispersão da energia. Quem em "sã consciência" concordaria com o que é ilusório?

IG: Sim, uma "sucção", digamos assim!

Out: Nessa "sucção",a mente ganha espaço e "entra", se apoderando do que somos; em resultado, cria toda forma de conflito e confusão, cria toda forma de reação e, nessa reação, mantém seu domínio ilusório (apesar e que, quando essa identificação ocorre, no momento, é factual). Percebe isso?

IG: Sim! Percebo que é real... Acontece de fato!...

Out: Perceber esse movimento, de momento a momento...

IG: A cada segundo, não é?

Out: Perceber como estamos viciados num modo desatento, e que, nessa desatenção, ocorrem as identificações com os conteúdos projetados pela mente  e, com isso, toda forma de conflito, toda forma de inquietação, as quais quase sempre nos forçam a reações que criam toda forma de auto-sabotagem... Auto-sabotagem não no sentido externo — se bem que isso também  ocorre, — mas a sabotagem no sentido de se dar continuidade à identificação ilusória com esse medroso e sempre defensivo "eu", "ego", "persona"... E, através dessa auto-sabotagem, não termos acesso a realidade que somos...

IG: Entendi... Temos que estar atentos, ao modo observador, certo? Tenho que "condicionar" essa atenção observadora, do condicionado a desatenção...

Out:  Não, não! Nada de condicionar... Estamos falando de retomada de consciência... Enquanto existir esse estado de desatenção, haverá a continuidade desse enredante e conflituoso movimento no tempo e, enquanto existir esse movimento, o "eu", o "ego", a "persona", continuará existindo, impedindo assim, a plena manifestação da vida, a plena manifestação da livre e criativa realidade que somos.

IG: Entendi...

Out: Percebo claramente que a observação atenta, vai impedindo a proliferação do tempo psicológico... Vai, digamos assim, centrando a energia anteriormente dispersa pela ilusória identificação com a infinidade de projeções criadas pela mente, as projeções com suas descabidas exigências, tanto de nós, como dos que estão ao nosso redor.

IG: Entendi...

Out: A observação atenta vai criando a percepção do falso e, com isso, nos centrando no que é verdadeiro. Percebo que aqui, é preciso muita energia; a energia da atenção, energia essa que precisa chegar em sua plenitude de atenção, caso contrário, a tensão permanece;  a tensão que é o próprio "eu". O "eu", o "ego", a "persona", sempre será tensa, sempre terá como base o medo; essa é a sua base, esse é o seu quartel-general; é sempre dual, por isso, sempre balança. O problema, é que balança mas não cai! É preciso que, pela observação, ocorra essa queda... Essa queda do ilusório... É preciso cai na real, cair no real...

IG:  Legal! É isso, cara!... Já estou até me sentindo diferente...

Out: Olhe para isso, não para se "sentir diferente", o que seria só mais uma espécie de fuga.

IG: Entendi...

Out: Olhe para chegar na compreensão plena disso que ai ocorre e que lhe mantém preso nessa modo de existir prisioneiro constante de múltiplas formas de inquietação.

IG:  Mas aconteceu!

Out: Ok! Entendo... Há o bem estar do centramento, isso é fato! Mas, fiz questão de colocar isso porque a mente é ligeira e pode fazer da arte de observar, apenas um instrumento de fuga, percebe?

IG:  Entendi... "Vale lembrar, que não é esperar por um resultado".

Out: Sim, se essa observação for somente um "instrumento de fuga" a mais, "aquele que foge", permanece existindo... Percebe?

IG:  Sim, é apenas observar, o resultado aparece. Apenas olhar sem pensar que isso é a solução.

Out:  De fato, a observação nos recentra naquilo que somos: consciência não reativa.

IG:  Olhar, sem porque, nem prá que...

Out: Isso, isso: sem motivo, sem desejo, sem ambição, sem qualquer expectativa de vir-a-ser.

IG:  Entendo!

Out: Apenas ver o que é... Compreender o que é... Compreender o falso que nos domina, a ilusão que nos domina e que pede sempre por mais e mais ilusão, por mais dependências...

IG: Entendo!

Out: Nessa observação, compreender o "modus operantis do fregues": sua necessidade de ser aceito, sua necessidade de ser amado, de ser querido, de ser respeitado, de ser validado, de ser algo, de sempre estar com a razão, de sempre ter que dar a última palavra, sua frenética necessidade de aprovação...

IG:  Sim!

Out: Pela observação sem escolhas, ver do que é constituída essa entidade que até então, "pensávamos ser" e, por isso, sempre reagindo de forma inconsciente e inconsequente às suas influencias ditatoriais... Ver como a mente funciona sem ser convidada, sempre no automático, sempre no "subsolo da mente"...

IG: Tudo isso, por causa da nossa ignorância condicionada, nosso habitual esquecimento do que já somos, não é?

Out: Vamos com calma: não sabemos o que somos! Só temos isso de forma intelectual; não é factual!

IG:  Sim! Mas somos algo; não sei o que mas já sou... entendo quando você diz factual... Entendo que é fato... Mas dar valor ao fato...ver o fato...lembrar do fato... isso tem que estar ativo...

Out: Se isso fosse factual, onde estaria a inquietude?

IG: Entendo!

Out:  No momento, penso que o que é preciso é tão somente aceitar o desafio do ato de "observar sem escolhas"... de "observar sem reservas"... O lance é, pela observação, sair da identificação ilusória com as inquietudes da mente, para o alcance repentino da compreensão pacifica da realidade que somos.
(...)
(...)
"Agora seu amigo está off-line. Talvez ele não tenha recebido sua mensagem."

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!