Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

18 fevereiro 2010

As manias da mente que somos nós

- Bom dia!
- Bom dia Fabricio, seja bem vindo!
- Obrigado! Seu blog é muito bom!
- Meu Blog ou seu olhar?
- Acho que os dois.
- Ok! Assim é melhor!
- Ok! Por que você tirou o site da Cuidar do Ser do ar?
- Não estava dando para administrar, pois estou bastante atarefado e não tendo tempo para administrar e dar atenção aos e-mails que dele surgem. Mas penso em voltar com ele em breve.
- Ah! Espero que realmente volte.
- No entanto, coloquei muito de seu material em meu site profissional: www.njro.fot.br Lá você encontra o coração do site Cuidar do Ser.
- Espero que volte pois sempre consultava a dicas de filmes.
- Vou colocar o link dos filmes no meu site, ok? Criei também um blog com os textos de Krishnamurti: http://nossaluzinterior.blogspot.com
- Oh! Me passa e me diz qual livro poderia ler sobre ele.
- Livros é um pouco difícil, pois hoje poucos você ainda encontra sendo editados.
- Então vou lendo no seu blog! E também sobre a mensagem do dia. Estou passando por essa fase de aprender a ser paciente e tolerante.
- Acho que o lance é entender o PORQUE de sermos tão impacientes e intolerantes...
- É mesmo! Sou impaciente por motivos tolos; tenho que me equilibrar mais.
- "Tenho que"... Isso não lhe soa conflito?... Esforço, tempo psicológico?... Creio que o lance é OBSERVAR SEM NOMEAR, SEM JULGAR O QUE SE VÊ...
- nunca tinha pensado nisso. Parece ser muito bom.
- "conhecer o inimigo"... Observá-lo, do modo que se manifesta, apenas observando o sentido da impaciência... Penso ser isso, observar ela visceralmente, assim como se manifesta, o que pede, quais as suas exigências que faz de si e dos outros (na maior parte do tempo, infundadas).
- É mesmo... Muitas vezes me pego com raiva ou com sentimentos que não são meus. Tenho que observar mais.
- Como? Quem é que esta "pegando a raiva?" Quem é a raiva e quem é o você? Existe realmente essa separação? Ou seria o pensamento criando essa separação? Se está dentro de nós, não seriamos nós?
- Não sei!
- Por que temos a dificuldade de aceitar o conteúdo que surge? Por que não queremos ficar com o que é?
- Não sei, talvez seria apego.
- Seria o mesmo que dizer que a água suja que escorre da cachoeira não é da cachoeira, não acha?
- Sim. O lance é viver o presente, o aqui e agora.
- Percebo que a natureza exata de nossos conflitos interiores - e também exteriores - está no "pensamento condicionado".
- Seria o tenho de...fazer...ter... que muitas vezes não temos!
- Percebo que somos condicionados desde a mais tenra idade a não aceitar o que se apresenta em nós, em evitar o que surge. O pensamento para escapar disso, inventou um monte de nomes: encosto, diabo, possessão, e por aí vai. Somos condicionados a TER QUE SER QUANDO CRESCER, a conquistar o melhor lá na frente.
- Isso mesmo!
- Somos condicionados a ser melhor num futuro.
- Isso mesmo! Este é meu ponto de mudança.
- Somos condicionados a responsabilizar os outros por aquilo que surge em nosso interior... “Você me deixou com raiva... A culpa é de "você" e da "raiva"... Como se a raiva fosse algo externo. Nunca dizemos, "eu sou a raiva", "eu sou a compulsão"... Não! Sempre responsabilizamos algo ou alguém por nossas culpas ou por nossas curas... "Se Deus quiser vou me curar"... "Se Deus quiser vou conseguir me equilibrar"... "Se o psicólogo for bom conseguirei me equilibrar"... "Se o escritor for bom...." Se, se, se...
- Na verdade sou responsável por tudo, né?
- E assim, nunca aprendemos a ler o livro que somos!
- Lendo o nosso livro, entendendo o nosso alfabeto interior.
- Meu livro tem várias passagens, sendo que delas, muitas são insanas. Mas não mais responsabilizo algo a não ser o meu "eu condicionado que sou"... Hoje, percebo que o grande lance é a observação do que é, sem criar rótulos, julgamentos, critérios para o que se observa.
- E posso mudar o "eu condicionado" apenas observando?
- Percebo que nessa observação, surge a potência de não se IDENTIFICAR, ou seja, de não FICAR IDENTICO ao que surge na mente condicionada.
- Claro!
- Tem vezes que ainda me deixo levar pela mente condicionada, mas, se continuo na observação, logo me deu conta, deixando a identificação de lado e voltando ao centro. Não é nada fácil.
- Sim! Mas, apenas uma observação: e os outros? Quando querem que você seja assim e assado... Seria apenas um teste sobre nós?
- Existe uma música antiga que dizia: "Deixem que digam, que falem, deixe isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem? Eu não estou fazendo nada, você também..."
- Essa foi boa!
- Eles tem o direito de palpitar... O lance é aqui com o freguês! Posso me identificar com os palpites e julgamentos, como também posso deixar passar sem me identificar!
- Hummm!! Boa!
- Como também posso ficar observando minha reação diante da tentativa de controle do outro (o que não é nada fácil – quase nunca consigo numa boa!)
- Com certeza!
- Enfim, como digo com meus amigos... Fico com uma frase da missa dos cristãos, a qual não foi compreendida por grande parte dos mesmos... Enquanto vivendo na esperança, aguardamos a vinda do "Cristo Salvador" (luz, insight capaz de me libertar da rede de condicionamentos). Fico neste estado de "purgatório", onde já não vivo o inferno da falta de observação e consequente identificação... Nem o céu de uma mente livre... Fico observando o que "purga de momento a momento" desta mente insana, infectada por toda forma de insanidade parental/social durante anos e anos.
- Nelson, uma pergunta...
- Diga.
- Krishnamurti era um filosofo? Ou um mestre espiritual?
- O que significa para você a palavra "filósofo"?
- Aquele que ama a sabedoria.
- Fabricio, penso que Krishnamurti foi alguém que teve a benção de ter uma experiência direta de algo que transcende nosso entendimento. Essa experiência proporcionou uma clareza de percepção fantástica, e com ela, pode ver o grau de sofrimento e embotamento da mente humana, dedicando sua vida a compartilhar o que via sobre a mente humana, não como um guia, filósofo ou mestre espiritual, mas sim, como um amigo. Nunca percebi qualquer tipo de autoridade de sua parte. Algo parecido com o modo que você indica aos seus amigos uma boa pizzaria conhecida por você. Percebe?
- Sim!
- Não creio ser de importância o que foi Krishnamurti, mas sim, descobrir aquilo que somos e aquilo que pensamos ser. Observe sua pergunta... Viu como temos o condicionamento de buscar a segurança, como temos a necessidade de rotular, qualificar?
- É mesmo. É difícil não rotular! Tenho que observar sempre. Mas me diz: é difícil no começo?
- Onde é o começo, o meio ou o fim? Existe mesmo esse tal começo?
- Não... Só o agora.
- Eheheh...
- Estou aprendendo.
- Viu só como a mente está sempre presa no tempo psicológico? Como está sempre em busca de segurança? Foi difícil no começo mas será mais fácil lá na frente?
- É mesmo. A todo momento o estar no aqui e agora...
- Estamos viciados em viver nessa ponte passado futuro.
- Na verdade, passado já foi e futuro nem aconteceu... Então só temos o presente.
- Fabricio, posso perguntar?
- Pode.
- Onde é que existe o passado e o futuro?
- Não existe, só temos o agora.
- Então, porque insistimos nessa idéia?
- Porque nossa mente foi condicionada a pensar assim. Por isso não percebemos a vida ao nosso redor... Estamos sempre no passado ou no futuro.
- É engraçado...
- O que?
- Essa separação que fazemos...
- Qual?
- "Nossa mente" e "nós"... Como se a mente fosse uma coisa e nós outra...
- rsrs... na verdade somos apenas um.
- Novamente queremos a segurança de não ser aquilo que vemos na mente, ou melhor, em nós.
- Então, se olharmos para nós mesmos, veremos o nosso ser?
- Por que estipular um resultado? Não seria também uma necessidade de segurança? Por que não podemos apenas ver sem querer estipular, ou condicionar qual "TEM QUE SER" o final a ser visto? Por que não apenas ver? Ver tudo que surge?
- Apenas ser, fluir...
- Já pensou se um cientista fosse para seu laboratório, olhando em seu microscópio, já condicionando o que teria que encontrar? Teria a chance de encontrar algo novo?
- Nunca.
- Teria capacidade de ver algo diferente ao seu condicionamento?
- Não.
- Então, por que temos essa necessidade de segurança?
- Entendo.
- Por que não nos aventuramos no aberto?
- Medo...
- Medo de que?
- Do novo.
- Mas, se o que se apresenta é tão ruim ao ponto de buscarmos algo novo, por que temos medo de abrir mão do mesmo e de nos aventurar?
- É a mente condicionada que obriga a todo o momento a buscar comparações.
- É a mente, né? Não nós!... Sim a mente é que é culpada...
- Somos nós! Eheheheh! Estou indo bem, não Nelson?
- Fabricio, não me preocupo mais se estou indo bem ou não. Estou vivendo, observando o que se passa aqui e lá fora. É um olho na missa (a vida em ação) e no padre (minha mente) que quer ser Deus.
- Gostei disso!
- Confesso que por momentos é bastante desgastante lidar com a "purgação" dos pensamentos e sentimentos. Chega ser bastante desconfortante.
- É, já senti isso.
- Mas é o que se apresenta e preciso fazer as pazes com o inimigo que se apresenta.
- Nesse bate papo, já fiz as pazes...
- Gosto de uma passagem do filme "O último Samurai" em que Katsumoto "estuda seu inimigo". Foi através desses estudo em comum, que ambos se realizaram.
- Ainda não vi o filme. É aquele com Tom Cruise?
- Sim. Veja com urgência. Procure deixar de lado o mito romântico. Tente assistir o filme de forma arquetípica... Esse filme mostra todo caminhar de um ser condicionado, vitimado pela identificação com os condicionamentos sociais, se descobrindo como ser condicionado, sofrendo com a culpa, com o medo, com o passado e de repente se deparando com o surgimento de um "observador" (Katsumoto)... Essa relação entre observador e coisa observada é que ajuda no descondicionamento. É um filme para ser visto muitas e muitas vezes, por ser profundo demais.
- Vou ver.
- Ele mostra bem como estamos presos na mente, como a mente nos rouba o AGORA, a visão total... E nos faz sempre ver os acontecimentos de forma fragmentada, dualisticamente...
- Compreendo.
- Bem, nossa prosa foi muito boa, Fabricio.
- Demais.
- Só que preciso dar continuidade as tarefas do dia.
- Podemos continuar outro dia?
- Sim! Se me permite, gostaria de utilizá-la em meu Blog.
- Claro, sem problemas!
- Talvez alguém possa se beneficiar com nossas abobrinhas! Acho que nesse diálogo, levantamos questões interessantes.
- Com certeza!
- Fabricio, estou quase sempre on-line e estou sempre aberto para "conversas nutritivas". Já ia esquecendo... Em meu site, www.njro.fot.br há um link onde você pode pesquisar o coração do site cuidar do ser: http://www.njro.fot.br/grupo_02 Dei o nome de "Em busca de Luz".
- Legal, vou conferir!
- Espero que você tenha um bom dia! Agora preciso desligar. Um abraço e bons momentos!
- Para você também! Vou ver o filme e visitar os blogs. Um abraço!

16 fevereiro 2010

Desencontros

Aprovação e fazer parte:
Duas doentias necessidades
Que dos ditos "encontros" afasta
A autenticidade e a espontaneidade.
Sem estas, como pode haver encontro?
Só distração, fuga da própria realidade.

14 fevereiro 2010

TV de domingo

Fico me questionando, como é possível as pessoas aceitarem tão silenciosamente o lixo de programação passada principalmente aos finais de semana pela rede de televisão brasileira. Como conseguem, após um delicioso almoço de domingo, ficarem em frente da TV assistindo os forçados sorrisos dos apresentadores, sempre com seus "mais novo sucesso"... Hoje foi o tal do "Rebolation" e o mais novo "esporte" "Poli-dance" em plena 14:00 horas. Já sei: liberdade de expressão da mídia diante da falta de vontade de se expressar do telespectador ! Ou então, estou ficando velho, careta e não entendendo de mais nada.

05 fevereiro 2010

Um Extra-terrestre no planeta das enchentes


- Oi Nego, bom dia!
- Bom dia nega
- Tudo bem?
- Putzz...
- O que foi?
- Precisa algo?... Zequinha me acordou para tomar café na padoca.
- Óh my god!... E aí?
- Meia hora ouvindo ele falar sobre a empresa em que trabalha.
- Hum... e ai?
- E ai que eu quase explodi, mas, para não fazê-lo, uma vez que ninguém tem nada com isso, limitei-me a baixar a cabeça em direção ao pãozinho com manteiga, sem olhar pra ele um minuto se quer... Mas não adiantou nada, apesar das várias vezes que já manifestei minha falta de interesse em assuntos comerciais, ele continuou seu relato em disparada.
- Ah! Quando ele está assim, não tem outro jeito, só falando! E tem vez que nem falando ele se toca...  Ele não presta atenção em nada a sua volta.
- O pior é que olhei ao longo do balcão e pude perceber que outras pessoas também falavam de seus negócios... Aí me ocorreu que se boa parte dessas pessoas perdessem seus empregos, além da crise financeira, entrariam numa grande crise existencial.
- Com certeza!
- Isso porque elas identificam a si mesmas como sendo seus empregos.
- Isso é um fato! E vendo isso, como você fica?
- Como não adianta puxar nada de diferente, atualmente fico sem assunto, calado!
- Sim.
- Fico a maior parte do tempo fazendo cara de paisagem e, raramente, de algum sensível escuto:
“Que se tem hoje? Tá muito calado! Que bicho de mordeu?”
- E o que você responde?
- Para não melindrar o amigo, respondo com um “nada não”... Não tem como falar a real de que nada daquilo que ele expressa me interessa.
- Nada disse tem interesse para pessoas que sentem o que sentimos.
- Pois é, quero algo mais nutritivo; quero saber da pessoa, mas, nunca consigo nada além dos mesmos assuntos periféricos, superficiais, rotineiros, extraídos das capas de jornais ou dos noticiários dos rádios em meio aos congestionamentos. Enchentes de superficialidade, como escrevi num texto da semana passada.
- Sim, eu li.
- Supérfluos e o pior de tudo, é que tem uma parte minha que acha que devo tentar prolongar o assunto, também através do supérfluo. Mas eu a observo e fico calado. Não faz sentido jogar ainda mais lixo nessa enchente.
- Hum.
- Bem, pelo menos, pagou o café.
- Grande coisa.
- Menos mal pra mim e melhor para ele, uma vez que uma hora de analista sai bem mais caro que pagar com o vale-refeição da empresa, os ouvidos de um amigo com uma média e um pão com manteiga.
- Nego, não penso bem assim, pois acho que seria bem melhor que o analista ficasse sem energia e não você.
- São nessas horas que me sinto um verdadeiro E.T num planeta de enchentes... Óh xente!
- Também me sinto assim, meu nego!
- Pensando bem, somos mesmo "extra" terrestres... Não nos conformamos com a rotina social.
- De sócio aí não tenho nada!
- É eu também me sinto assim. Abro minha caixa de e-mails, e, dos poucos que recebo, novamente superficialidade... Demorados PPS com fotos de animais, frases e músicas de terceiros... Ou então, textos de terceiros... Ninguém ousa escrever algo de si. Ninguém quer expor sua própria visão de mundo. Todo mundo lê, copia e cola. Só que, para mim, nada disso cola.
- Percebo que as pessoas não estão nem aí para isso que buscamos. Pelas conversas que escuto, vejo que a maioria pensa que o sentido da vida é uma casa reformada e bem decorada, uma substancial quantia de dinheiro, um pacote anual da CVC, ou quem será o próximo eliminado do BBB.
- Pois é, a maioria vive de Ctrl C + Ctrl V... A maioria prefere viver de atalhos...
- Sim!
- E você? O que me conta? - Algum sentimento ou sacada diferente?
- Nada... Somente essa coisa de querer saber o meu lugar. O sentimento é o mesmo de sempre: qual o sentido de tudo isso?
- Eheheh! Uma das minhas! Mais um extra-terrestre num planeta de enchentes!
- A passagem do tempo me apavora... Saber que pode ser que eu tenha isso que busco somente na hora da morte. Já me ocorreu isso várias vezes.
- Isso seria uma pena de morte em vida, ou pior, uma pena de vida em morte!
- Pois é! Ter que viver assim sabe-se lá quanto tempo mais, sem ver sentido nenhum em nada... Aí vem a cabeça viajante, falando que eu é que sou maluca e que não me adapto a nada. Essa falação mental é terrível.
- Sei bem como é: ela diz que somos anti-sociais... E de fato, graças à tomada de consciência, assim somos.
- Para você ter uma idéia do meu porre matinal, logo cedo, meu colega de trabalho da mesa ao lado, chegou todo animadinho por causa da festinha que vai ter no ônibus ao final do dia... É muito pequeno!
- Que pobreza... Raso demais.
- Aí ele come que nem porco, não deixa nada pra ninguém, e todo mundo reclama, aquela zona de sempre.
- Percebi uma coisa... É preciso que a existência traga catástrofes para que as pessoas, por apenas alguns dias, mudem de assunto ou a rotina de suas vidas! E mesmo assim, o assunto é sempre periférico e as mudanças superficiais e sem consistência.
- É verdade! E sabe o que eu vejo? Vejo a Natureza reivindicando tudo o que o homem tem feito a ela, porque ela é sabia.
- Fico me perguntando onde se encontram as pessoas que, como nós, sentem esse mesmo constante vazio no peito?... Essa “alergia” ao trivial, ao supérfluo, ao conformismo? Onde estão às pessoas que questionam e que não se conformam com as respostas de terceiros? Que vão fundo em seus pensamentos e sentimentos? Que meditam sobre isso?... Onde estão às pessoas que se dão conta do descontrolado movimento de seus pensamentos desconexos e que não tentam anestesiá-los com absolutamente nada? Que ficam frente a frente com esta "merditação" mental?
- Hoje de manhã tentei meditar, não consigo. E o pior é que eu não consigo fazer nada, sem que ligue a sirene de alerta dizendo: mentira, é fuga, deserto total! Por falar em sirene, tenho que desligar, meu chefe me chama.
- Só vejo um monte de gente se distraindo com seus joguinhos de celular, folhas e folhas amassadas de jornais distribuídos gratuitamente em estações de metrô, nas páginas dos livros do romance que esta na moda - nem escolher um livro por si mesmas são capazes -; copiam o livro que a chefa esta lendo!... Por isso que prefiro continuar no meu compasso alienígena... Quem sabe, nesse meu caminhar, ao chegar meu dia, morro original depois de por anos e anos inconscientemente ter sido cópia. Tudo bem, vai lá, um beijo Nega.
- Outro! Se cuida!

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!