O amor só é em pedaços
31 maio 2009
Se tiver tempo, leia!
Composição: Paulinho da Viola
Olá, como vai ?
Eu vou indo e você, tudo bem ?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você ?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe ...
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona ?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe ?
Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...)
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu espero você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...
27 maio 2009
Deimoscracia branca
17 maio 2009
Não desista
you are loved (don't give up) (tradução)
josh groban
Composição: Indisponível
Não desista
É só o peso do mundo
Quando o seu coração pesa
Eu, eu vou "segura-lo" para você
Não desista
Porque você quer ser escutado
Se o silêncio te "segura"
Eu vou quebra-lo para você
Todo mundo quer ser entendido
Bem, eu posso te ouvir
Todo mundo quer ser amado
Não desista
Porque você é amado
Não desista
É só o machucado que você esconde
Quando você está perdido por dentro
Eu estarei lá para te achar
Não desista
Porque você quer "brilhar"
Se a escuridão te cega
Eu vou brilhar para te guiar
Todo mundo quer ser entendido
Bem, eu posso te ouvir
Todo mundo quer ser amado
Não desista
Porque você é amado
(Você é amado)
Você é amado
(Você é amado)
Aaaaaahhhhh
Não desista
(Não desista)
É só o peso do mundo
(Você é amado)
Não desista
(Não desista)
Todo mundo precisa ser escutado
(Não desista)
Você é amado
(Você é amado)
Não desista
15 maio 2009
Wake Up Call (Wake Up Call - Remastered Edition) 2008
14 maio 2009
Deus salve o capital
Deus salve o capital
O sistema bercista
Fez de você um normotizado
Marionete em potencial
Deus salve o capital
Ele não é humano
Não há futuro
Nos sonhos da atmosfera
Não diga o que você quer
Não diga o que você precisa
Não pense e não haverá futuro
Não haverá futuro para você
Deus salve o capital
Nós queremos dizer isso, cara
Nós amamos nosso sistema
Deus salve
Deus salve o capital
Porque normóticos são dinheiro
Nossa revolta
Não é o que ela parece
Oh, Deus salve a história
Deus salve a nossa parada louca
Oh, Senhor Deus tenha piedade
Todos os crimes são pagos
Quando não há futuro
Como podemos estar em pecado?
Nós somos as flores no chiqueiro
Nós somos o veneno em seu sistema
Nós somos o futuro, você é futuro
Deus salve o capital
Nós queremos dizer isso, cara
Nós amamos nosso sistema
Deus salve
Deus salve o capital
Nós queremos dizer isso, cara
Não há futuro
Nos sonhos da atmosfera
Sem futuro, sem futuro
Sem futuro para você
Sem futuro, sem futuro
Sem futuro para mim
Sem futuro, sem futuro
Sem futuro para você
Sem futuro, sem futuro
Sem futuro para você
Sem futuro, sem futuro para você
CUIDADO - O autoconhecimento é uma britadeira em seu berço!
A vida é bem melhor de outro jeito
Fotos que mostram bem a inexpressividade do sucesso...
Será que vale a pena buscá-lo?...
A vida de outros tantos famosos póstumos que o digam...
E agora o fim está próximo
Então eu encaro o desafio final
Meu amigo, Eu vou falar claro
Eu irei expor meu caso do qual tenho certeza
Eu vivi uma vida que foi cheia
Eu viajei por cada e todas as rodovias
E mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito
Arrependimetos, eu tive alguns
Mas então, de novo, tão poucos para mencionar
Eu fiz, o que eu tinha que fazer
E eu vi tudo, sem exceção
Eu planejei cada caminho do mapa
Cada passo, cuidadosamente, no correr do atalho
Oh, mais, muito mais que isso
Eu fiz do meu jeito
Sim, teve horas, que eu tinha certeza
Quando eu mordi mais que eu podia mastigar
Mas, entretanto, quando havia dúvidas
Eu engoli e cuspi fora
Eu encarei e continuei grande
E fiz do meu jeito
Eu amei, eu ri e chorei
Tive minhas falhas, minha parte de derrotas
E agora como as lágrimas descem
Eu acho tudo tão divertido
De pensar que eu fiz tudo
E talvez eu diga, não de uma maneira tímida
Oh não, não eu
Eu fiz do meu jeito
E pra que é um homem, o que ele tem
Se não ele mesmo, então ele não tem nada
Para dizer as coisas que ele sente de verdade
E não as palavras que ele deveria revelar
Os registros mostram que eu recebi as desgraças
E fiz do meu jeito
Para o mundo que eu quero descer
13 maio 2009
EXÓSER
Aqui,
Em meio impresso
Confesso:
Destituído de progresso
Ou regresso,
Em processo
Encontro-me,
Ainda por me encontrar.
Pois, na infinitude
Deste agora
Só incompletude
Professo,
E não fosse a invejada
Inteireza da natureza,
Nada do olhar expresso,
Faz-me nexo.
E digo mais em anexo:
Sem a menor tristeza
Da moeda sexo sucesso,
Hora vejo-me avesso.
E por não mais ser
Nem côncavo nem convexo
Nesta tempera medianidade
Sem emburrecer – me aborreço.
E em nome de ser em excelência
Aos olhos dos outros fiz-me excêntrico
Uma vez que meu movimento,
De todos é de natureza inversa.
E hoje, sem a menor exceção,
Distanciado de antigos excessos,
Ao Inominável Ilimitado Inexprimível
Corpo e alma arremesso.
12 maio 2009
Estranhos familiares
Sou o irmão mais velho da família: somos quatro.
Quando crianças, feito prisioneiros num campo de concentração, numa busca solitária para sobreviver à disfunção alcoólica do lar, nenhum de nós foi capaz de atravessar as grossas camadas de medo, fazendo com que crescêssemos feito desconhecidos sobre um mesmo teto. Sobreviventes entre sobreviventes.
Na adolescência, a fuga máxima dos momentos no lar e a busca pelas descobertas pessoais aumentaram ainda mais o distanciamento. Para cada um, caminhos e influencias diferentes.
Agora, na fase adulta (se é que ingressamos nesta) – a distancia emocional parece quase intransponível e se existe alguma familiaridade, parece-me que somente o sangue. Vivemos mundos completamente diferentes onde nada nos é familiar. Não existe a menor possibilidade de se pensar em voz alta, de se abrir o coração sem ter que se preocupar com a escolha das palavras para não causar melindres. De minha parte, sinto que estamos ligados apenas por um forte elo: nossa mãe.
Quanto ao pai, notoriamente perdido em seu mundo interno, por nós sempre desconhecido, definha a passos largos (há tempos deixei de lado a esperança de um dia sermos como dois bons amigos). É triste aos meus quarenta e cinco anos olhar para aquele ser de sete décadas de sofrimento e perceber que não sei nada de seus sonhos, anseios e medos. O que sei são as imagens que trago comigo da sua luta antes e depois do pesado alcoolismo.
Voltando à relação entre os irmãos – se é que podemos chamar a mesma de relação – a cada dia que passa questiono-me mais e mais quanto ao sentido de alimentá-la. Uma relação, para que possa ser chamada de tal, precisa ser nutritiva, tem que ser um fluxo de energia com fluidez, sem nenhum interesse de segunda mão. E sinceramente, não consigo perceber isso em nenhum de nós, por nenhum de nós. Sempre existe um interesse que precede os beijinhos e tapinhas nas costas.
Já fui o irmão rebelde que enfrentava a ditadura familiar proporcionando maior abertura aos novos. Já fui o irmão "fodão", o irmão "comedor". Já fui o irmão neurótico (e nas piadas da família ainda sou assim visto). Já fui o irmão que entende de informática, de sites, de programas e que possui banda larga. Já fui o irmão onde ser recompor dos momentos de solidão pelo rompimento brusco de um relacionamento... E já fui o irmão que para prá pensar no que vai dizer preocupado com os melindres ou com o uso que vão fazer com o que for por mim dito. Agora, pareço ser o irmão fotógrafo incumbido de fotografar as comemorações familiares e de bom grado disponibilizar a todos as fotos por mim tiradas.
Muito bem: já fui! Decidi deixar este cargo em aberto, para um dos irmãos mais novos, pois cansei.
Infelizmente, parece que a nenhum de nós foi ensinado que a vida é como uma estrada de mão dupla, onde o fluxo é de "vai e vem". Essa estória de "venha nós o vosso reino" pode ser muito bom para as missas de domingo, mas não para a nutrição de uma verdadeira relação. Infelizmente, parece que a nenhum de nós foi ensinado que estar em relação é estar em contato e quando digo contato, não me refiro ao contato físico, mas sim, de um contato visceral, holístico. E parece-me impossível estar em verdadeiro contato, de forma nutritiva, onde não existe comunhão, compaixão e liberdade de expressão e para se compreender isso é preciso ir muito fundo no sentido dessas palavras e não somente ficar na superfície das mesmas. É triste constatar, mas, na realidade, o que nos move, ao invés da comunhão, da compaixão e da liberdade, é um disfarçado interesse mercantilista, hiper-individualista e anti-pessoal, que corrompe a possibilidade de uma autêntica intimidade, capaz de proporcionar nutrição em abundância.
Esta é a maneira pela qual enxergo minha realidade (e às vezes me parece também o ser para alguns deles): é cansativo demais ter que ficar junto por mais de duas horas fazendo cara de paisagem, rindo das repetidas piadas de sempre e das estórias do passado, na espera do cafezinho da mãe para os beijinhos de despedida. Continuamos feito prisioneiros, só que agora, num campo de concentração ainda maior, imposto pelos tiranos anônimos que regem a sociedade não pensante. Continuamos feito prisioneiros em sistema semi-aberto, onde todos tentam sobreviver da melhor maneira, fazendo um esforço quase sobre-humano para não demonstrar sentimentos, medos ou fraquezas por oito ou dez horas do dia, voltando para o descanso solitário de sua cela de aluguel ou conquistada com o suor de seu rosto. Continuamos estranhos familiares reunidos em datas pré-estabelecidas, agora munidos de celulares, laptops, câmeras fotográficas, controles remotos da TV digital, maços de cigarros e das imagens que há anos insistimos em carregar... Verdadeiros escudos protetores contra a autêntica intimidade, que fazem com que permaneçamos cada vez mais inexpressivos e solitários. Nestes encontros de família, raros são os diálogos em que podemos nos reconhecer, ao contrário, o que mais vejo são comentários sobre as futilidades do dia-a-dia ou fofocas como forma de proteção, afinal de contas, quando o assunto é o "outro ausente" o risco de sobrar para um dos presentes é ausente.
Quem sabe eu realmente não passe de um neurótico desajustado, alguém completamente equivocado a viver com uma imagem distorcida somente por mim criada.
Quem sabe?
No entanto, lhe pergunto agora: isto lhe parece familiar? Ou lhe é estranho?
Para mim, familiarmente estranho.
11 maio 2009
A incompletude imperiosa*
(parafraseando Clarice Lispector)
Estou sentindo uma incompletude tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma incompletude dolorida, não há como explicar!
Nem o maior saldo bancário perfeito
do qual, no entanto, nem sempre se precise, lhe sacia.
Estou por assim dizer
vendo limpidamente o meu vazio.
E não transcendo aquilo que vejo:
pois estou mediocremente menor que eu mesmo,
e não avanço.
Além do que:
que faço dessa incompletude?
Digo também que esta minha incompletude
tornou-se um inferno humano
– como nunca me aconteceu antes.
Pois sei que
– em ciclos da rotina diária
com permanente incomodidade
irresignado à irrealidade –
essa incompletude da irrealidade
me é um visco.
Apagada, foi, minha esperança na imagem de Deus,
porque em nada me serviu para viver os dias.
Recuso-me como sempre a conformação
pois esta me é impossível.
Eu persisto,
e consisto,
ao além.
Nelson Jonas
* Para minha sempre querida e companheira Andrea, em homenagem ao dia de seu aniversário.
07 maio 2009
A canção é essencial
O mundo dorme
01 maio 2009
Minha Realidade
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Deserto... Solitário e árido lugar de encontro consigo mesmo e com a fragilidade que nos torna humanos. Lugar de amadurecimen...
Escolho meus amigos pela pupila
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.